A Igreja comemora no dia 11 de janeiro a festa do Papa Santo Higino, sucessor de São Telésforo. Governou a Igreja Católica com muita determinação e coragem, frutos de sua fé e constantes lutas no empreendimento do plano da Salvação. Como não poderia deixar de ser, seu destino foi o martírio, característica que marcou a ferrenha evangelização de seus predecessores.
Ao longo dos tempos foram surgindo muitos e poderosos inimigos da verdadeira fé, mas também o Senhor fez surgiu ao mesmo tempo grandes e valorosos santos e sábios para guiar o Seu povo. Desses faz parte Santo Higino. Oriundo de Atenas e filho de um filósofo, foi chamado por Deus a ser Papa entre os anos de 136 e 140.
Era grego de Atenas e quando assumiu a cadeira apostólica, reinava o imperador Antônio Pio. Os inimigos da Igreja a perseguiam implacavelmente, pois sentiam que a adoração dos seus deuses e ídolos corriam grave risco de serem abandonados, ante a constante e crescente difusão dos princípios da sã doutrina.
A malignidade os hereges, ao mesmo tempo, tentava de todas as maneiras semear a cizânia no campos do Senhor, para confundir e corromper a pureza da santa doutrina assimilada pelos fiéis católicos.
Praticamente todos os inimigos declarados da Santa Religião de Cristo, já haviam estabelecido-se em Roma a fim de envenenar a fonte da doutrina evangélica e por isto, chegaram eles a fazer progressos. Usando de diversas modalidades e artifícios, por trás de uma máscara de piedade, conseguiram arrastar adeptos que deixaram-se emaranhar nas malhas do erro e da perdição. Marción, famoso hersiarca já separado da Igreja, não podendo ser admitido na comunhão dos fiéis, precipitado pela heresia de Cerdon, enganou a muitas pessoas ingênuas, usando aparência de piedade e virtude.
Mesmo sabendo das conseqüências que isso acarretaria, Santo Higino combateu publicamente contra os hereges e converteu muitas pessoas ao retorno da doutrina imaculada. São Justino, luz brilhante de seu século, também muito lhe auxiliou nos progressos que obteve nesta luta. Acabou sendo martirizado algum tempo depois em função da ditosa participação nas empresas do grande Pontífice.
Santo Higinio empreendeu também a reforma do clero, definindo os respectivos graus hierárquicos. Ainda que estivessem estabelecidos desde os tempos apostólicos, com vários regulamentos posteriores de disciplina, uns acabaram sendo confundidos, outros relaxados. Restituiu, assim, sua perfeição, ordenando cada um dos graus eclesiásticos e as suas respectivas funções. Estabeleceu ainda muitos decretos, especialmente os que tratam dos ritos e cerimônias na celebração do Santo Sacrifício. Introduziu as figuras do padrinho e da madrinha no rito do Batismo. Igualmente mandou que para na consagração de novos templos, fosse celebrado, antes de tudo, o sacrifício da Missa, e ainda, que as igrejas não fossem erigidas nem demolidas sem expressa licença dos bispos. Proibiu que fosse cedido para usos profanos, qualquer coisa que se relacionasse com o culto divino. Ordenou quinze presbíteros, cinco diáconos e sete bispos para diferentes igrejas.
Por muito tempo, suspirou nosso Santo pela coroa do martírio. O ardente zelo que demonstrou em todas as suas ações e providências em dilatar o reino de Jesus Cristo, fez com que o imperador Antônio Pio decretasse sua execução, ocorrida no dia 11 de janeiro. Seu corpo foi sepultado ao lado do Príncipe dos Apóstolos.
Reflexões:
Santo Higino é o 9º Papa da Igreja a receber, como seus predecessores, a coroa gloriosa do martírio. As paredes da Santa Igreja, levantadas sobre pedra firme, foram sendo lavadas e purificadas com o sangue dos nossos Papas e de inúmeros fiéis da Igreja primitiva. E foi assim que, durante a história da Igreja, diversas batalhas foram sendo travadas. Nesta luta, sempre vitoriosa, a Igreja permaneceu imaculada na sua doutrina divina, onde o poder do mal, apesar das constantes investidas, jamais conseguiu prevalecer, conforme a promessa do Divino Mestre. Necessárias e inevitáveis, porém, foram as baixas e o derramamento de sangue dos nossos santos mártires.
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