quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Maria... Mãe especial...

Quando foi a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher

Que a natureza estremeça de alegria e que exulte todo o género humano, uma vez que as mulheres também são chamadas a esta honra. Que a humanidade danse em coro...: «Onde o pecado abundou, superabundou a graça» (Rm 5,20).
A santa Mãe de Deus reuniu-nos aqui, a Virgem Maria, tesouro puríssimo de virgindade, paraíso espiritual do segundo Adão, ponto de união das duas naturezas, lugar de troca onde se concluíu a nossa salvação, câmara nupcial em que Cristo desposou a nossa carne.
Ela é essa sarça ardente que o fogo do parto de um Deus não consumiu, a nuvem ligeira que transportou Aquele que tem o trono acima dos querubins, o velo puríssimo que recebeu o orvalho celeste... Maria, serva e mãe, virgem, céu, ponte única entre Deus e os homens, tear da encarnação em que se achou admiravelmente confeccionada a túnica da união das duas naturezas - e o Espírito Santo foi o tecelão.
Não sua bondade, Deus não desdenhou nascer de uma mulher, mesmo se Aquele que dela ia ser formado era Ele mesmo a vida. Mas, se a mãe não tivesse permanecido virgem, esta gestação não teria nada de espantoso; seria simplesmente um homem que teria nascido. Mas, uma vez que ela permaneceu virgem mesmo após o parto, como poderia não se tratar de Deus e de um mistério inexprimível? Nasceu de uma maneira inefável, sem mancha, Aquele que mais tarde entrará sem obstáculo, com todas as portas fechadas, e diante de quem Tomé exclamará, contemplando a união das duas naturezas: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20,28)
Por nosso amor, Aquele que por natureza era incapaz de sofrer expos-se a numerosos sofrimentos.
Cristo não se tornou Deus pouco a pouco; de modo nenhum! Mas, sendo Deus, a sua misericórdia levou-o a tornar-se homem, tal como a fé nos ensina.
Não pregamos um homem que se tornou Deus, proclamamos um Deus feito carne. Tomou por mãe a sua serva, Ele que pela sua natureza não conhece mãe e que, sem pai, encarnou no tempo. S. Proclus de Constantinopla (c. de 390-446), bispo

No dia 08 de Dezembro de 1854, o Papa Pio IX através da Bula "Ineffabilis" promulgou o Dogma da Imaculada Conceição de Maria: "A Santíssima Virgem Maria foi, no primeiro instante da sua concepção, por um único dom da graça e privilégio do Deus Altíssimo, em vistas dos méritos de Jesus Cristo, o Redentor do gênero humano, preservada isenta de toda a mancha do pecado original". D 1641

O fundador da mariologia franciscana é o próprio São Francisco de Assis. Ele transmitiu aos seguidores de suas três ordens "o DNA mariológico que constituiu a fonte, a vertente da qual beberam os teólogos e escritores para alimentar e robustecer a grande árvore mariana que glorificou a Igreja, através de sua Mãe e Rainha" (Gino Concetti).
Ele tinha um amor indizível à Mãe de Jesus, porque fez nosso irmão o Senhor da majestade.
Consagrava-lhe louvores especiais, orações, afetos, tantos e tais que uma língua humana nem pode contar. Mas o que mais nos alegra é que a constituiu Advogada da Ordem, e à sua proteção e guia confiou até o fim os filhos que ia deixar.Francisco foi o mestre da piedade mariana e do culto à Virgem Maria por isso, nós franciscanos temos que ser os grandes propagadores de seu culto.
A partir da teologia franciscana sobre Maria, pode-se ilustrar a dignidade, as prerrogativas e a presença de Maria na história da salvação: sua divina maternidade, sua virgindade, sua imaculada concepção, sua assunção ao céu em alma e corpo, sua colaboração na redenção do gênero humano, sua função de mediadora e distribuidora de graças, sua condição de rainha do universo, dos anjos e dos homens.
Segundo São Boaventura, outro grande teólogo franciscano, os cristãos têm três advogados no céu: "Cristo, o Espírito Santo e a Virgem Maria. O primeiro combate por nós, o segundo fala por nós e a terceira intercede por nós".
E São Bernardino de Sena afirma que também é tríplice a forma de comunicação das graças. "Elas vêm de Deus, passam por Jesus Cristo, seu Filho, e por fim são distribuídas por Maria, sua Mãe".
A visão da escola franciscana explica porque é grande o culto a Maria, promovido pelos filhos de São Francisco ao longo dos séculos. "As igrejas, conventos e mosteiros fundados por eles constituem um 'céu estrelado' no qual brilha intensamente a imagem de Maria", salienta Concetti.

Nenhum comentário: