quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Catolicismo – a Fé autêntica.


Em primeiro lugar, falam em favor da verdade de nossa fé as profecias que foram escritas nos santos livros muitos séculos antes e que se realizaram à risca depois.

Por exemplo, a morte de Nosso Divino Salvador fora predita por diversos profetas e descrita exatamente não só quanto ao tempo como também quanto às circunstâncias que a acompanharam.

Fora também profetizado que os judeus, em castigo de seu deicídio, seriam expulsos de seu templo e pátria e, obstinados em seu pecado, seriam espalhados no mundo universo; essa profecia vemos realizada ao pé da letra.

Fora profetizado que, depois da morte do Redentor, o culto dos deuses cederia lugar ao culto do Deus verdadeiro, o que de fato se deu por meio dos apóstolos, que, não obstante sua falta de instrução e meios humanos e todos os impedimentos imagináveis, conseguiram conquistar o mundo para a fé do verdadeiro Deus.

Os Milagres

Em segundo lugar, prova-se a verdade de nossa fé pelos milagres que, para confirmá-la, operaram a virtude da natureza; só o poder de Deus, ao qual toa a criação está sujeita, os pode operar.

Donde se vê claramente que uma religião que puder apresentar verdadeiros milagres em confirmação da sua doutrina, deverá ser divina, pois Deus de forma alguma poderá favorecer uma falsa religião com a operação de milagres.

Nem os judeus, nem os pagãos, nem os maometanos, nem os hereges poderão nomear um único milagre que tenha sido operado em favor de sua doutrina.

Para enganar o povo, recorreram a certas ilusões, que apresentaram como milagre; porém dentro em pouco tempo se descobriu o engano.

Inumeráveis, pelo contrário, são os milagres que Nosso Senhor operou no decurso dos séculos, por meio de seus servos, na Igreja Católica.

Nela realizou-se a palavra do divino Salvador: “Aquele que crer em mim, também fará as obras que faço, e outras ainda maiores.” (Jo 14,12).

Não negamos que nos primeiros séculos do cristianismo houve mais milagres que em nossos dias; contudo, em tempo algum faltaram milagres na Igreja, porque foram sempre necessários para a conversão dos pagãos. Assim, S. Francisco Xavier, S. Luís Bertrand e outros grandes missionários operaram numerosos milagres nas Índias.

Se alguém ousasse rejeitar os fatos notáveis que os anais da história eclesiástica e a biografia dos santos nos relatam, perguntar-lhes-ia por que razão recusa crer em um S. Basílio, S. Jerônimo, S. Gregório e tantos outros escritores eclesiásticos, quando dá inteiro crédito a um Suetônio ou Plínio?

De resto aprouve ao Senhor conservar na Igreja constantemente alguns milagres para mostrar quão fútil é a incredulidade dos ímpios.

Faço aqui menção só do insigne milagre com o sangue de S. Januário, em Nápoles. Esse sangue, que geralmente se encontra em estado sólido, liquefaz-se várias vezes no ano ao se aproximar da cabeça do mesmo santo, fato de que cada um pode certificar-se com os próprios olhos.

Os incrédulos em vão procuraram uma solução científica ou natural para explicar este milagre: até hoje não conseguiram dá-la.

Uma terceira prova da verdade de nossa fé é a fortaleza dos mártires, prova essa ainda mais brilhante que a
dos milagres.

Quinze imperadores romanos empregaram durante muitos anos todas as suas forças para exterminar a religião cristã. Sob o império de Diocleciano, que declarou a nona perseguição, foram trucidados, em um só mês, 17 mil cristãos, sem contar os milhares e milhares que
foram desterrados.

Segundo o cômputo de Genebrardo, o número dos mártires que perderam a vida nas dez grandes perseguições, se eleva a 11 milhões, de modo que, distribuindo-os para cada dia do ano, teremos 30 mil mártires para cada dia.

Apesar de martirizarem a estes confessores de Cristo de toda a maneira imaginável, dilacerando-os com unhas de ferro, queimando-os em grelhas incandescentes, aplicando tochas ardentes a seus corpos, atormentando-os com outros horrores, o número dos que estavam prontos a morrer por sua fé, não diminuía, antes crescia cada vez mais.

Tibério, governador da Palestina escreveu ao imperador Trajano que se ofereciam tantos cristãos ao martírio que era impossível supliciar a todos.

Trajano publicou então um edito que mandava deixar em paz os cristãos.

Agora pergunto:

Se não fosse verdadeira essa fé professada pelos mártires e até hoje pela Santa Igreja, e se Deus não os tivesse assistido como poderiam suportar aqueles horrendos tormentos e submeter-se a uma morte tão cruel?

Os Mártires – provas da autenticidade da Igreja

Que mártires, porém, podem apresentar as seitas separadas da Igreja Católica? Possuem elas talvez um S. Lourenço que, enquanto era assado na grelha, transbordava de alegria, oferecendo por gracejo ao tirano em pasto seus membros assados pelo fogo?

Possuem talvez um S. Marcos ou Marcelino, cujos pés foram transpassados com cravos e que responderam ao juiz que os aconselhava a renunciarem a fé para verem-se livres de tal tormento: “Falas em tormento e nós nunca sentimos tão grande alegria como agora que padecemos por Jesus Cristo!”

Possuem talvez um S. Processo ou Martiniano, cujos corpos foram queimados com chapas de ferro em brasa e dilacerados com pentes de ferro e que, apesar disso, cantaram sem interrupção os louvores de Deus e exprimiram um desejo ardente de morrer por Jesus Cristo?

A estes mártires da antiguidade se associaram como gloriosos êmulos inumeráveis homens e mulheres dos últimos tempos, que ofereceram sua vida pela fé, entre os mais horrorosos tormentos que a ferocidade humana podia imaginar.

Quantos não morreram que século XVI, no Japão?

Entre os fatos memoráveis da horrenda perseguição havida nesse país, contam-se os seguintes: Uma mulher, chamada Mônica, que desejava ardentemente o martírio, exerceu-se de antemão na tolerância de todas as penas que os carrascos lhe poderiam infligir.

Tomou uma vez nas mãos um ferro em brasa e, ao indagar-lhe a irmã: Mônica, que fazes? respondeu: Preparo-me para o martírio. Já combati contra a fome, e venci; agora experimento o fogo, para que possa suportar os tormentos do mesmo se um dia tiver de sofrer os seus horrores.

Uma outra mulher disse a suas companheiras: Estou firmemente resolvida a dar a minha vida pela santa fé. Se, porém, me virdes tremer em presença da morte, arrastai-me então a força diante dos carrascos, para que possa participar também da vossa coroa.

Um menino chamado Antônio, respondeu a seus pais, que, com lágrimas, queriam induzi-lo a renunciar a fé: Deixai de me atormentar com as vossas palavras e queixas, que estou mesmo resolvido a morrer por amor de Jesus Cristo.

E, pendente da cruz, a exemplo de seu divino mestre, entoou o salmo: Louvai, meninos, o Senhor, cantando-o até ao Glória Patri, morrendo em seguida, para ir terminá-lo no céu.

Um outro menino disse a seu pai: Prefiro sofrer a morte às mãos do carrasco, e, mesmo por tuas próprias, que faltar com a obediência a Deus; eu não quero lançar-me no inferno para agradar aos homens.

Um criado disse a seu senhor: Eu sei quanto vale o céu, e já que o martírio é o caminho que mais diretamente a ele conduz, escolho-o com alegria, e faço tão pouco caso de minha vida como do pó que calço aos pés.

Uma mulher chamada Úrsula, tendo visto morrer mártires seu marido e dois de seus filhos, exclamou, com lágrimas nos olhos:

“Agradeço-vos meu Deus, porque julgastes digna de oferecer-vos este sacrifício. Concedei-me também a coroa que orna os meus. Agora só tenho esta inocente filhinha que trago nos braços; eu vô-la ofereço com minha própria pessoa; recebei benignamente este último sacrifício que vos ofereço.”

Dizendo isto, apertou a filha ao coração e, com um só golpe, caíram as cabeças da mãe e da filha.

Uma outra mãe repetia sem cessar a seu filho, que com ela estava amarrado na cruz: Coragem, meu filho, estamos no caminho do céu. Repete sempre: Jesus! Maria!

Um fidalgo, de nome Simeão, exclamou: Que felicidade a minha de poder morrer por meu salvador! Como mereci eu esta graça!

Uma menina de oito anos, cega apegou-se fortemente às saias de sua mãe, para poder morrer com ela juntamente na fogueira.

Um pequeno de cinco anos foi despertado do sono para ser conduzido à morte. Sem mostrar a mínima inquietação, vestiu a sua melhor roupinha e foi levado pelos carrascos ao patíbulo. La chegado, ele mesmo ofereceu seu pescoço
ao carrasco.

Este, porém, à vista do menino, ficou tão comovido que não pôde desempenhar seu encargo. Veio um outro, que só depois de vários golpes tirou-lhes o fio da vida.

Estes fatos todos foram comprovados por inimigos declarados da nossa Santa Igreja.

Em quarto lugar, a verdade de nossa santa fé é provada, do modo mais evidente, por ter ela permanecido “imutável”, desde o tempo dos apóstolos até o
presente dia.

Os apóstolos e seus sucessores cuidaram seriamente em conservar sempre em toda a sua pureza original a doutrina do divino Salvador.

O próprio Senhor recomendou-lhes isso, dizendo: “Ide pelo mundo inteiro e ensinai a todas as gentes… ensinando-as a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado.” (Mt 28,19).

Por isso S. João admoesta os fiéis: “O que ouvistes desde o princípio permaneça entre vós” (1 Jo 2,24). E o apóstolo S. Judas escreve: “Eu vos rogo instantemente que defendais zelosamente a fé que vos foi uma vez pregada” (Jud 3).

Semelhante é o conselho que S. Paulo dá aos Efésios: “Sede solícitos em guardar a unidade do espírito” (Ef 4,3), e aos coríntios: “Rogo-vos… que não haja entre vós cismas, antes sejais perfeitos em um mesmo sentir e em um mesmo julgar” (1 Cor 1,10).

Estas admoestações foram seguidas à risca pelos pastores da Igreja em todo o tempo; eles deixaram, como diz S. Agostinho (Cont. Jul. 1,2, c.10), como uma herança a seus filhos o que seus pais lhe comunicaram e e conservaram o que encontraram na Igreja.

Por isso a Igreja Católica permaneceu a mesma em todos os tempos.

A doutrina que ela hoje prega, como a presença de Jesus no SS. Sacramento, a invocação dos Santos, a veneração das relíquias, a existência do purgatório, é a mesma que foi criada nos primeiros tempos de sua existência.

As diversas seitas, porém, que se separaram da Igreja Católica, nunca permaneceram firmes em suas doutrinas. Leia-se por exemplo, a história das variações que se deram nas igrejas protestantes, escrita por Bossuet.

O mesmo orgulho que levou o fundador dessas seitas a negar a obediência à Igreja Verdadeira, desviou delas seus próprios adeptos e criou novos sistemas. Por esta razão de suma importância para nós termos diante dos olhos a história das heresias.

Essa consideração nos apresenta a nossa fé na mais esplêndida luz, visto que ela permaneceu em todos os tempos a mesma e imutável e alimenta em nós o espírito de submissão à Santa Igreja, estimulando-nos também a agradecer a Deus ter-nos feito nascer na religião católica.

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Fonte: osegredodorosario.blogspot

Encontrei site - http://www.adf.org.br/home/2015/01/catolicismo-a-fe-autentica-quer-provas-veja-aqui-parte-iii/

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